quinta-feira, 3 de julho de 2014

Provocação Poética ou Meu Príncipe Desencantado (em resposta à Cantiga para não morrer” de Ferreira Gullar)


Sabe, meu príncipe desencantado
Não sou eu quem foi embora
Foi você quem quis partir
Me deixando aqui e agora

Já não posso levá-lo pela mão
Sua mão já esteve mais perto
Agora anda mais longe que nuvens
Em dia de céu aberto

Fiquei tão triste e sem brilho,
Meu príncipe já sem charme,
Que sonhar passou a ser crime
Dói no ventre, dói na carne

E por tentar curar tudo
Toda ferida aberta
Vou tomar a decisão
Que talvez seja a mais certa

Vou transformá-lo em estrela
E guardá-lo no pensamento
Assim não corro o risco
De perdê-lo no esquecimento

Corro o risco talvez
Nos dias de chuva fina
Quando o brilho há de faltar
Em cada rua, em cada esquina

Não terá estrela no céu
Nem sol pra se olhar pra cima
A chuva virá como um véu
Pra me livrar dessa sina

Mas sabe, príncipe sem dó
Quando isso acontecer
É melhor que eu trate sem medo
De tentar não mais sofrer

Ponho um chapéu na tristeza
Um lenço no pensamento
Pra que finalmente eu lhe guarde
Na caixa do esquecimento

Curitiba, 30 de junho de 2014








terça-feira, 1 de julho de 2014

Castelo de Areia

Chorou desconsolada ao ver seu castelo de areia ir por água abaixo. "Não chore, querida! Vovô faz outro!..."


Curitiba, 1º de julho de 2014