domingo, 26 de outubro de 2014

O dia, sacrário de um presente a se revelar,
Amanhece generosamente
Abraça o mundo
E todas as cores,
Todos os credos,
Todas as filosofias,
Todos os viventes,
Democraticamente...
Só não consegue
Envolver os embriagados com seus ódios inúteis
Os cegos de amor a si próprios
E os encarcerados em suas ideias.
Esses, infelizmente,
Permanecerão uma existência inteira
Imersos na escuridão
Até que finalmente,
Dispostos e conscientes,
Abram os olhos da razão.


Curitiba, 26 de outubro de 2014

sábado, 25 de outubro de 2014

Um dia antes das eleições

É bem ali
Na curva do tempo
Que mora o porvir,
A incerteza do que definido já está
Mas ainda não se revelou
E por não se mostrar à grande maioria
Causa apenas sensações
Sejam elas boas ou ruins
Mas ele vem
Este futuro vem certeiro
Como uma flecha
Incediando os ares
Quer você queira, quer não
E irá se alojar
Inexoravelmente
Na vida de cada um


Curitiba, 25 de outubro de 2014


quarta-feira, 22 de outubro de 2014



O meu silencio mora ali,
Virando a esquina,
Na casa das minhas tristezas.
Sempre de portas fechadas,
Janelas debaixo de grades
E portões com cadeados.
Ninguém entra ali.
Ninguém é obrigado a saber
Porque choram meus olhos.
Se é de desgosto, tristeza, saudade,
Se é vazio de felicidade,
Ou falta dos olhos teus,
A mirar com insistência os meus…
Por vezes tranco a morada.
Finjo que esqueço o caminho.
Se ali adentro, saio bem de fininho.
Fujo das tuas lembranças,
De tanto carinho escondido
Sentimento emudecido
A morar naquele breu…

Curitiba, 22 de outubro de 2014