domingo, 31 de maio de 2015

Despedida


Cresce aos poucos a distância.
Meus olhos, inundados de tristeza,
Quase cegos, não se separam de ti.
Meu corpo, sim.
A saudade,
Feito flor na primavera,
Brota.
Intensamente.
Imensamente.
Já não te vejo.
Meu pensamento te acompanha
A cada hora do dia
Em todos os segundos da tua ausência.
A tua lembrança, amarrada em mim.
Queria todos os momentos
Que não experimentamos
Na ponta da colher, feito brigadeiro.
Pra comer com calma
Pra saborear com a alma.
Sinto falta de ti, tanta falta...

Curitiba, 31 de maio de 2015


quinta-feira, 21 de maio de 2015

Não quero mais fazer versos
Não quero criar rimas
Se o que vejo são chacinas
De homens de bem
De valores
Da liberdade
Dos sonhos
Que jamais
Deveriam morrer
Pedir ajuda a quem?
Não sei
Não tem
Acho que vou encostar
Minha alma na oficina
Até que consertem
Suas velhas rimas
Troquem o óleo
Dos velhos poemas
E a mesma
Se restabeleça
E possa enfim
Viver em paz



Curitiba, 21 de maio de 2015






segunda-feira, 18 de maio de 2015

Filhos por escolha




Teu sorriso não é o meu
Nem tampouco teu senso de humor
Achamos graça de coisas tão diferentes...
Nas tuas veias
Meu sangue não corre
Nem conheces meu ventre por dentro
Mas na hora do silêncio
Aquela em que se fecha os olhos 
Pra pensar na vida
Te vejo assim
Morando em mim
Pra sempre
E não há o que nos separe
No coração te amei
Te gerei
E te pari
Nasceste do meu querer
Do meu escolher
E de repente sinto
Que estás plantado em mim
Como se fosses flor
Como se eu fosse um jardim
Que siga assim
Esse amor amalgamado
Abençoado
Sem fim


Curitiba, 18 de maio de 2015

terça-feira, 5 de maio de 2015

Hoje lembrei-me tanto de ti!
Tua ausência
Paradoxalmente oceânica, 
Pelo tamanho, 
E desértica,
Pela imensa dor causada,
Mostra que vieste
E me marcaste,
Inundaste-me com teu eu
Pra me fazer maior, 
Pra me tornar melhor,
E me encher de dor
E de amor...




Curitiba, 05 de maio de 2015