Amar...

Tem horas em que você faz uma falta...

Falta que desarma, engasga,

Vasculha as tristezas

Traz à tona o amargo

Que a saudade teima em deixar

Na minha boca, no meu corpo,

Em todo lugar

Não imponho condições 

Queria apenas, tão somente,

Amar...

Curitiba, 4 de novembro de 2012

Já faz tempo...

Já faz tempo... tanto tempo...

O coração teima em lembrar

O que a cabeça não quer, e evita

Castiga, magoa, abre a ferida

Que há tempos parecia estar curada

Ô vida danada

Cheia de linhas cruzadas

De lembranças e loucuras

Onde a luz da lua

Que entra pela janela e invade o meu quarto,

Apenas zomba de mim...

Curitiba, 3 de novembro de 2012

Saudade...

Se essa saudade que hoje me invade

Fosse um pouco mais serena,

Já valeria a pena 

Tê-la sentido e vivido...

Mas forte como ela é,

Vem gritar nos meus ouvidos

Uma cantiga pequena, que apenas diz:

Volta! Fica comigo!

Curitiba, 24 de outubro de 2012

Chegou a hora...

Estou rompendo com o passado
Não por haver algo errado,
Ou por querer ir embora...
É que acho que é chegada a hora
De virar a página
Como se fosse uma mágica,
Só pra poder enxergar
O mundo do lado de lá...

Curitiba, 12 de outubro de 2012

Perdi você...

Perdi você...

Não sei quando, nem como,

Nem onde e nem porque...

Quando é que se percebe que a hora chegou?

A hora de um adeus , que embora libertador

Pode ser igualmente devastador...

Há tempos sinto medo de perguntar...

Talvez por não querer ouvir

O que o coração não para de gritar:

Perdi você, e contra isso, já não há o que fazer,

Nem há como lutar...

Curitiba, 11 de outubro de 2012

João Caetano

Tão pequenino, tão franzino,

Tanta pureza neste menino...

Doçura, cuidados, mãos tão fofinhas,

Quem não se emociona com suas gracinhas?

Curitiba, 29 de setembro de 2012

Haikai XXVI

Sempre adiante

Segue a vida tão breve

Pulsa constante...

Curitiba, 30 de setembro de 2012

Vida

Ah, essa vida...

Recheada de pequenas alegrias

Momentos preciosos, felicidade

Vento nos cabelos, espírito leve,

Risos, carinho, e depois saudade...

Guardo tudo como uma jóia

Presente especial, relicário, raridade...

Curitiba, 29 de setembro de 2012

Vestido de baile...

Vou tecendo a vida como quem tece um vestido de baile

Sob medida, com vidrilhos, paetês e pérolas, 

Que à luz do sol se refletem com um brilho imenso...

Sei que por vezes os vidrilhos se quebram, as contas se soltam

E as pérolas mostram opacidade...

Talvez refletindo a verdade, nua e crua,

A realidade que se vê na rua, no mundo que dá voltas...

Mas tal qual costureira, mesmo à luz de velas,

Prego de volta tudinho, 

Dou um lustro nas tais contas, pérolas e vidrilhos

Reforço as costuras perfeitas, paralelas

E visto o vestido, bem prosa, como se novo fosse... 

Curitiba, 30 de agosto de 2012.

Um pouco de tudo...

Vivo um pouco pra lá 

E outro pouco pra cá.

Às vezes acerto, outras erro...

Nuns dias afino, e noutros desafino

Mas se me perco, não perco o rumo

Da minha vida, do meu destino.

Sou um emaranhado de ideias

Que vez por outra ponho pra fora

Com o intuito de tomar ar...

É assim que me organizo,

Que recupero o juízo,

E alivio minha alma,

Como um pássaro a cantar...

Curitiba, 20 de junho de 2012

Saudades

Te sinto tão esquivo,

Tão fechado em pensamentos,

Em momentos tão seus,

Que, meu Deus...

Quisera ser um pouco de você

Pra poder saber

O que se passa nessa cabeça

E depois achar muita graça

Quando dizes assim, a esmo:

São saudades, meu bem,

Saudades de mim mesmo...

Curitiba, 3 de junho de 2012

Última flor

Por gentileza,

Será que me deixas

Viver mais um pouquinho?

Pelo menos até

Meu último suspiro...

Até que de fato o frio

Gele o meu coração

E me adormeça...

Curitiba, 23 de maio de 2012

Identidade

Há quanto tempo te conheço?

Talvez tempo o suficiente

Pra te virar do avesso

E antecipar tuas falas

Ainda que não digas nada...

Essa identidade tão maluca 

Que me permite olhar no espelho

E ver o meu rosto

Mas enxergar o teu coração...

Curitiba, 20 de maio 2012

E o inverno?

E o inverno?

Eu aceito... 

Aceito passar por ele

Se vieres junto

Ainda que fiques calado,

Mesmo que não digas nada... 

Apenas me olhe,

E me acolha com cuidado

Abraçando a minha vida,

Entrelaçando as nossas,

Assim como num laço

Movimento do infinito

Tecido, amarrado, 

Simples e combinado.

E o inverno?

Eu aceito...

Curitiba, 16 de maio de 2012

Para Romeu...

Teu amor tão desinteressado, tão sincero,

Me encanta a cada dia

E varre da alma aquele vazio

De um dia duro, amargo,

De encontros austeros, imagens apagadas

Que não perduram, ainda bem...

Pois abro a porta e tu vens,

Carinhoso e meigo,

A me derramar amor...

Curitiba, 16 de maio de 2012

Delicadeza

Com a delicadeza de uma pena

Que do pássaro se desgarra e voa

Tu entras na minha lembrança dia após dia

Trazendo a alegria que a alma precisa

Pra acordar de manhã e ser. Simplesmente ser

E viver, e amar, e compreender

Que precisamos de tão pouco pra seguir adiante

E não nos tornarmos descrentes,

E sermos de fato constantes 

Na esperança que nos mantem firmes, vivos, vibrantes...

Curitiba, 13 de maio de 2012

Meu Tudo

Quando vc se fez sol,

Me trouxe tanta alegria

E me encheu com a luz do dia

 Quando vc se fez lua,

Seu brilho me acompanhou

Em cada esquina, em cada rua...

Quando vc se fez vento,

Varreu pra longe meu pranto

E a dor de cada momento

Quando vc se fez chuva,

Molhou meu rosto inteirinho

E me fez beber tudo  assim... devagarinho

Quando vc se fez mar,

Revirou minhas entranhas

Com a paixão do teu olhar

Agora te quero porto

Pra jogar minhas  âncoras

E me apaixonar, de novo...

Curitiba, 13 de abril de 2012

Escolha

Se me for dada a escolha,

Fico com o dia.

Fico com a tua companhia,

Com o café gostoso que rega o teu carisma

Nestas tardes de outono...

Não te sintas só, nada de abandono!

Porque estou sempre aqui...

E pense o que pensar, é pra ti que meu pensamento voa

Quando a alma distraída se dá um tempo

E se debruça sobre ideias leves, sobre coisas boas,

Sobre o que parece ser à toa, mas não é...

Curitiba, 4 de abril de 2012

Até a vida me calar...

E de repente, te vejo partir

E percebo que contigo,

Vai-se uma parte de mim

Antes que seja tarde, 

Meu coração corre atrás de ti

Meu corpo fica, mas meu pensamento voa

E não é a toa que sempre te percebi assim: parte de mim

Viras para trás e me olhas sorrindo

E naquele instante, não há tempo e nem lugar.

Te amo, até que minh' alma se esgote

Até a vida me calar...

Curitiba, 2 de março de 2012