Vento
Sopra, balança, seca
Entra no olho e cega
Venta, desinventa
Inventa um cabelo
diferente
Faz lágrima crescer na
gente
Num cisco que aparece de
repente
Vira guarda-chuvas ao
contrário
Levanta as saias das
meninas
E leva a meia
Que até um minuto atrás
Repousava no varal,
Deixando sem sal
O pé que lá restou
Agora sem par
E preso, a suspirar
De solidão e amor...
Curitiba, 22 de julho de
2014