Ai, como às vezes me dói
Tirar de mim uma palavra
Um verso, uma rima
Por pequenina que seja
Deixar vir à tona a tristeza
Que se abate sobre meu corpo
Sobre cada nó, cada aspereza
Ai, como dói...
Mas é melhor deixar fluir
Aparecer, revelar
Do que esconder
Esquecer, guardar
E depois adoecer
Chorar, gemer...
Por isso, abro a porteira da alma
Sem escrúpulos, com muita calma
E mostro tudo nos poemas
Tudo revelo
Inclusive a dor que queima, maltrata
E que acaba por valer a pena
Por que ensina, amadurece,
Cicatriza e transforma
Tudo em prece
Tudo em gratidão
Tudo em transcendente beleza
Curitiba, 9 de agosto de 2015
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