Saudades
Ele não mora mais ali
Mas seu perfume ainda
resiste
No ar, no armário
Onde suas roupas
Sempre namoraram com as
dela
Desavergonhadamente
Entrelaçando mangas
Misturando cores
Confundindo botões
Num espaço apertado
Um flerte discarado
As roupas dele e as dela
Roçando tecidos
Combinando padrões
E dando-se as mãos
Quando ninguém olhava
E a porta do armário se
fechava...
Por anos e anos foi assim
Até que o terno escuro
Totalmente sem uso
E há tempos inquilino
daquele espaço,
Resolveu abandonar tudo
E ir-se embora,
Levando a camisa branca
A gravata listrada e as
meias pretas
Puídas no dedo e
remendadas
Pra ir morar em outras
plagas
E nunca mais voltar...
Curitiba, 11 de dezembro
de 2014
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