De você, não
conheci quase nada,
Apenas o
superficial.
Somente os
pontos turísticos,
Como quem
visita cidades lindas
E jamais vê os seus defeitos.
Em você dei
umas voltas de bonde,
Mas não vi o
coração seco,
Desidratado
de tanto ódio
Não percebi a
ganância
A ausência de
generosidade,
De
delicadeza,
E jamais
desconfiei da falta de profundidade
Dos seus
pensamentos inventados.
Além de
surda, estava cega,
Doente, e
principalmente,
Tinha a mente
e o coração (dis)traídos.
Quantas vezes
pensei estarmos destinados um ao outro
Antes mesmo
de nascer o mundo...
Cheguei a
pensar que dormia!
E era um sono
leve, sem grandes consequências
E não me
trazia a paz. Apenas o vazio.
O problema
todo começou,
Quando um dia
acordei,
E me vi no
meio de tantos olhares disfarçados
Tantas
atitudes outrora cobertas
Por uma fina
camada de ouro
E agora
revelando um lado mesquinho,
Duro e
obscuro.
Levei um
susto tão grande,
Que agora só
quero você fazendo parte dos meus pertences do sótão,
Onde não
pretendo ir
Por ter medo
de lagartixas e aranhas,
E ser
totalmente alérgica ao pó das lembranças indesejadas...
Curitiba, 18 de junho de 2014