quarta-feira, 18 de junho de 2014

De você, não conheci quase nada,
Apenas o superficial.
Somente os pontos turísticos,
Como quem visita cidades lindas
E jamais vê os seus defeitos.
Em você dei umas voltas de bonde,
Mas não vi o coração seco,
Desidratado de tanto ódio
Não percebi a ganância
A ausência de generosidade,
De delicadeza,
E jamais desconfiei da falta de profundidade
Dos seus pensamentos inventados.
Além de surda, estava cega,
Doente, e principalmente,
Tinha a mente e o coração (dis)traídos.
Quantas vezes pensei estarmos destinados um ao outro
Antes mesmo de nascer o mundo...
Cheguei a pensar que dormia!
E era um sono leve, sem grandes consequências
E não me trazia a paz. Apenas o vazio.
O problema todo começou,
Quando um dia acordei,
E me vi no meio de tantos olhares disfarçados
Tantas atitudes outrora cobertas
Por uma fina camada de ouro
E agora revelando um lado mesquinho,
Duro e obscuro.
Levei um susto tão grande,
Que agora só quero você fazendo parte dos meus pertences do sótão,
Onde não pretendo ir
Por ter medo de lagartixas e aranhas,
E ser totalmente alérgica ao pó das lembranças indesejadas...

Curitiba, 18 de junho de 2014

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