terça-feira, 9 de maio de 2017

Hoje, só hoje
Não quero escrever
Meu poema
No dia de hoje
É viver!


Curitiba, 25 de março de 2017
(um dia lindo, sol brilhando, aquecendo a vida)
Socorro!
Só corro
Corro só
Vida que voa
Derrama vento
Embaralha os cabelos 
Levanta o pó
Ideias em viagem
Sem direção
Desordenadas
Feito poesia
Numa canção


Curitiba, 7 de março de 2017
Loucura, seja bem-vinda
Já me aceito como sou
Tenho direito ao silêncio
Calo minha alma
Diante do que não tem importância
Meus cabelos, sempre ordenados
Estão agora revoltos
Pra combinar com a vida
Parece que fiz tanto...
E concluo que fiz tão pouco
Com o que resta de estrada
Nesta vida bagunçada
Penso rápido e respondo:
Quero mais!


Curitiba, 5 de março de 2017

Eclipse em Curitiba


Eclipse em Curitiba
Não... Não vai dar pra ver...
Curitiba está nublada
Quem pode entender?
Mas não é porque não vejo
Que desmereço o evento
E nem por um momento
Deixarei de crer
A natureza menina
Brinca de esconde-esconde
O sol com a lua
A lua responde
Lá à sua maneira
Abraça e embala o sol
Dá um beijinho tímido
Mostra um brilho de farol
Depois se retira
Devagar, bem de mansinho
Quem viu, viu


Quem não viu...

Adeusinho!


26 de fevereiro de 2017
Filho,
Tu sabes que te amo
E que te amei antes de tudo
Te amei no sonho
E depois na realidade
Hoje, te amo ainda mais
Porque me vejo em ti
Em muitas coisas
Porque aprendo contigo
A cada minuto
E porque és meu
Sem nunca teres, de fato,
Sido meu.


Curitiba, 27 de agosto de 2016

Impeachment


Egos crescem
Os ratos
Felizes
Continuarão a esquecer
Do povo 
As cicatrizes
Profundas
Doídas
E segue a vida.


Curitiba, 31 de agosto de 2016
Dia do Impeachment de Dilma Roussef
Neste quarto amplo em bem-querer
Apertado como um abraço saudoso
Iluminado por estrelas benfazejas
E perfumes sutis
Eu te recebo
Coração aos pulos
Presente no presente
Falas plenas de segredos
Olhos cativos do mel dos teus olhos
Que visitam os meus 
E às vezes ficam
E às vezes fogem
Encontro tão fugaz
Tanta força na fragilidade
Bem que podias
Ficar um pouco mais
Fazer do tempo o infinito
Começando e terminando
E começando, mais uma vez
Para sempre


Curitiba, 22 de agosto de 2016
Há um silêncio delicado no ar
Não me sinto prisioneira de nada
Nem dos desejos, nem dos vícios
Que rondam o pensamento vez por outra
Nem do tempo inexorável
Nem do espaço, 
Que nos faz gigantes
E igualmente ínfimos
Minha alma está livre
Sinto-me cativa, sim, 
Mas apenas da Tua bondade e doçura
Que me inspira e me norteia
Não vejo mais o vazio
Que tantas vezes cresceu
E transbordou, 
E vazou pelos meus olhos
Há um silêncio delicado no ar
E tudo o que ouço neste momento
É o som do Teu amor


Curitiba, 21 de agosto de 2016

Simples Assim


Eu não queria saber da tua agenda
Nem das tuas horas, do teu dia
Não me interessava se ias viajar 
Ou se voltavas
Se ias ou se vinhas
Eu só queria ouvir de ti
Por onde andava a tua alma
O teu querer
Por onde passeavam teus pensamentos
Se estavas bem ou não
De verdade, mesmo de longe, 
Sabes o que eu queria?
Que por um instante
Teu pensar alcançasse o meu
E tua vida desse a mão pra minha.


Curitiba, 19 de agosto de 2016

Mudanças (para Pedro)

Não te reconheço mais
Em tempestades avassaladoras
Mas muito mais no doce da fruta no pé

No dedo de poesia de um fim de tarde
No sol que agasalha a cidade
Em dias de ausência do verão
Que descansa, e descansa, 
Mas um dia volta
Te vejo no vento cavalheiro
Que tira as folhas secas pra dançar
E as lança no ar 
E as desperta, desacerta, liberta 
Ensinando os passos da vida
Invejo os teus pés que desenham 
Círculos no espelho d'água
Porque aprendeste a ver a vida
Sem desesperar
Sem desistir
Sem se entregar



Curitiba, 24 de julho de 2016

Impedimento

Lá vai ela...
O caminho é longo
Tortuoso
O fardo é pesado
Leva consigo dois sacos
Um de mentiras, máscaras
E outro de verdades só suas
Calvário amargo
Por opção
Não importa a direção
Está sozinha
Sempre estará
Até que a própria existência
Lhe diga: "Fim de linha..."

Curitiba, 16 de abril de 2016

Estrelas brilham
Espalhadas num campo
Verde e amarelo
De cada uma delas
Pende um balanço
Onde se senta a esperança
Com olhos de criança esperam
Desejam sempre um presente
Pode ser amor
Pode ser justiça
Pode ser a tão sonhada liberdade
Que há de chegar
Mais cedo ou mais tarde
Embrulhada com papel de seda
Delicado, transparente
E que ninguém tente
Usurpar, macular, roubar...

Curitiba, 16 de abril de 2016

Meu Senhor

Meu Senhor
Diante d'Ele
Se comparada,
A imensidão é nada
Mas mesmo sendo nada
É Tudo
O pequeno pode ser muito
Depende de quem olha
Depende de quem sente
Depende de quem vive
O tudo, ou o nada
Só fazem sentido
Com Ele
Sem Ele, o vazio, a terra estéril
Sem Ele, o deserto, o caos


Curitiba, 14 de fevereiro de 2016

Poço seco
Fechado
Depois de um tempo
Pura surpresa
Encheu-se de lágrimas
Transbordou
Saudades
De alguém que já se foi


Curitiba, 9 de fevereiro de 2016