sábado, 30 de janeiro de 2010

Urgência










                             

Assim que segues adiante 
na esquina da minha vida
Vivo a pressa, a iminência, 
a urgência de te encontrar
De te ver de novo, em qualquer hora,
Será que dá pra ser agora?
Essa urgência tem nome: saudade, 
Vontade de estar contigo,
Sentar lado a lado, falar da vida, rir muito!
Afinal, o que não nos falta é assunto.
E aí vem a hora de ir, a despedida,
O beijo, o abraço, a hora da partida,
Pra logo em seguida sentir
Que assim que segues em frente, naquela esquina
Meu coração de menina 
Já sente a urgência de novo...

Curitiba, 30 de janeiro de 2010

Bem perto do mar


Quisera hoje acordar e pensar que dormi
Bem perto do mar
Tão perto, que a cama seria
Uma extensão da areia
Como se eu pudesse tocar o mar
A cada instante em que me desalinho...
Como se eu buscasse destravar o celular que me acorda
E me conecta de novo ao mundo a cada manhã...
E ao sentir as ondas molhando e penteando meus cabelos, diria:
Que coisa boa, estou viva! Mais um dia!
Quisera muito esse pensar
De que gostosamente me espalhei, me revirei, dormi
Pra finalmente me acordar bem perto do mar

Curitiba, 30 de janeiro de 2010

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Janelas


Sempre que te vejo
Tenho a sensação
Que se abrem janelas em mim
E gosto que seja assim
Alma de menina
Encantada com a vida
Sorvendo cada minuto
E me parece às vezes
Que não fazê-lo é absurdo!

Curitiba, 26 de janeiro de 2010

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Entre Amigos


É um vai e vem de carinhos,
De amores, de sabores, de visões
De idéias e sugestões,
Afagos, abraços, apertando mais os laços
Ainda que à distância.
Laços invisíveis, mas profundos, bem atados
Amarrados com palavras, sons, e sonhos
Coisas lindas que, suponho
Pouca gente há de entender.

Curitiba, 20 de janeiro de 2010

Para um "Menino Eterno"


Nunca se envergonhe
De ser um menino
Que em tudo na vida
Enxerga um fascínio
E que embora maduro,
Conserva a esperança,
A alegria e a força
De uma criança

Diante da vida,
Jamais se esqueça
Há sempre a necessidade
Que o brilho prevaleça
Que os olhares sejam novos
Embora maduros
E que o sorriso se abra
Pra um incerto futuro

Curitiba, 19 de janeiro de 2010

Mundo complexo


Mundo complexo, desconexo,
Desconheço o seu acesso, rezo e peço
Pra nada mudar
Ou pra tudo mudar, quem sabe?
Jogo a semente
Observo lentamente
como cresce e rompe a terra,
E aparece pro mundo encontrar
E cria intimidade, busca o riso
Quer o amor, felicidade,
Mas logo se assusta e percebe
Decente, em seu pedido insistente
Que esse mundo vai é mesmo
Ficar do jeito que está.

Santos, 12 de janeiro de 2010

Não sei dizer...


Não sei dizer se a vida
É tão curta, que num segundo se acaba,
Ou se o segundo é tão longo
Que consegue uma vida abraçar
Não sei dizer…
E olhe que uma vida é longa!
É cheia de compassos, descompassos,
Tristezas, dores e incertezas
Pra finalmente definir
Que cada realização acontece
Definida por uma escolha,
Resultado muitas vezes de um sonho,
De um desejo que nasce,
Cresce, e toma forma
No coração de cada um…
Pensando bem…
Como a vida é curta!...


Santos, 11 de janeiro de 2010

Razões





Um dia você vai entender

Que as razões de cada um
Para cada uma de suas ações,
Jamais serão as suas razões


E ao compreender isso,
Verá que a sua verdade
Não é a única verdade
E nem a mais acertada


Que Verdade, de fato, só existe uma
Da qual não se pode fugir
E que a compreensão da mesma
Nos torna mais ricos no agir


E mais felizes também!
E impede que julguemos
Uns ao outros ao extremo
Segundo o que nos convém...


Um dia talvez perceba
Que aquela que agora despreza
Seja quem mais te amou
Sem jamais questionar nada


Sem poder cobrar, sem direitos
Mas guardando dentro do peito
Um sentimento de amor


Sincero, presente, profundo
Sem poder gritar ao mundo
Que a razão de tudo isso
É você, amor sem fim!



Curitiba, 20 de setembro de 2009

Meu Anjo




Se meu anjo esquecer o caminho de volta, deixe...
Deixe que passeie, sem pressa, sem receio,
Disfarçando, procurando um meio
De encontrar o seu
Sei que quando ele encontrar
Há de querer ficar mais um pouquinho
Só pra bater um papinho
Ou pra ensinar o caminho
De chegar até aqui!

Curitiba, 5 de outubro de 2009

Jardineiro de Almas



Jardineiro

Sente a semente dormente
Joga na terra e a desperta
Cuida, escuta, ajuda,
Para finalmente apontar
O caminho certo
Ajudando a descobrir
Que o mesmo está
Dentro de cada um.

Curitiba, julho de 2009

Sem proteção



Me atiro, me lanço sem medo

A alma na ponta dos dedos
Tecendo palavras que vão de mãos dadas
Pra que não se percam, nem se acanhem
Não olho pros lados, nem me policio
Conservo, talvez, um olhar fugidio,
Mas a alma está ali, na ponta dos dedos
Quem sabe me lembro de ser sempre assim...

Curitiba, 27 de junho de 2009

Saudade dobrada



Não poder ter você a meu lado

Me dá saudade dobrada
Por que tem que ser assim?
Eu procurando você,
E você longe de mim...
Um beijo sabor paraíso
Um abraço me rouba o juízo
E a vida segue, e me persegue
Uma lembrança que me alucina
Me anima, me faz mulher, me fascina
Ânimo, anima, alma, ama, menina
Por que tem que ser assim?

Curitiba, 27 de junho de 2009

Luz



Você é meu ponto de luz

E mesmo à distância,
Seu brilho de diamante
Me encanta e me seduz
E me revela por entre
As frestas do seu olhar
O que não tem mais jeito
A minha ótica capenga
Assim cheia de defeitos
Só me permite entender
Que não estou cega...
E me sinto dependente
De tudo que lembra você!

Curitiba, 31/05/2009

Basta!




Enquanto a vida me judia
A música me faz companhia
E se ela me maltrata,
É feito um nó que dança
Um não-ata e nem desata
Que dura essa vida!
Que com suas tristezas,
Penetra na pele
Entra pelas veias,
E vai direto ao coração,
Só pra me fazer protestar
Me indignar, gritar, me levantar
E dizer: Basta! Não!

Curitiba, 3 de maio de 2009

Café




Podemos repetir qualquer hora dessas?
Mas desta vez, conversa gostosa, sem pressa...
Sem ter que vigiar o tempo
Deixando as palavras dançarem
Ao sabor do vento, que tal?

Podemos fazer de novo a qualquer minuto
Acontecer a sintonia, deixar fluir as idéias, num conjunto
Meu pensamento e o teu
Suave, gostoso, acariciando com os olhos
O que as mãos não podem tocar
Nem por um segundo? Podemos?

De minha boca há de sair aos poucos
Um pouquinho do que sou e do que sinto
E podes confiar, não minto!
Hei de envolver-te tão secretamente
Que ao perceberes, já tardiamente,
Só um sorriso vai escapar
Sorriso danado, de canto de boca,
Junto a um olhar apertado
(isso me deixa louca...)
Ah, com certeza, eu vou amar!

Curitiba, 16 de março de 2009

É preciso



Acho graça quando você diz
O que lhe falta para ser feliz
A mente de agora, no corpo de antes
A idéia lhe agrada por alguns instantes
Mas será que essa mosquinha das idéias vem e fica? Diz!

O corpo cansado, manchado e caído,
Com a pele já não tão viçosa
Não deve ser desprezado
De maneira assim tão perigosa
Posso até não ser mais jovem
Mas por gostar imensamente de viver
Derramo o mel da vida por onde ando
Não me incomodo, apenas quero ser!

Ah, meu querido, é preciso
Aceitar-se como se é
Deslizar suavemente os dedos na vida
Como se desliza com delicadeza os dedos
No corpo da amada, quando já se foi a lida
E não deixar escapar, nem por um segundo
O gosto, o gozo que falta no mundo
De apenas se amar, como se é
E nunca como se quis.

Curitiba, 6 de abril de 2009

Paraíso



Posso ter tremido as pernas

Perdido a respiração
Ter me revelado
Só com um aperto de mão
Mas a verdade é uma só
Não há sensação melhor
Do que esta calma que me invade
Depois de atingir o paraíso,
Perder o juízo, abandonar-me

E saber que depois de tudo
Recupero o que me define
Como o ser que sou,
Para então lembrar-me, mais uma vez
Que posso viver tudo, de novo!
E sentir que me transformo
Apesar de ser eu mesma,
Deixando vir à tona, revelando a alma
E desnudando a mente e o coração
Refletindo através dos olhos e do brilho
A minha delicada e contida paixão.

Curitiba, 4 de abril de 2009