quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

É preciso



Acho graça quando você diz
O que lhe falta para ser feliz
A mente de agora, no corpo de antes
A idéia lhe agrada por alguns instantes
Mas será que essa mosquinha das idéias vem e fica? Diz!

O corpo cansado, manchado e caído,
Com a pele já não tão viçosa
Não deve ser desprezado
De maneira assim tão perigosa
Posso até não ser mais jovem
Mas por gostar imensamente de viver
Derramo o mel da vida por onde ando
Não me incomodo, apenas quero ser!

Ah, meu querido, é preciso
Aceitar-se como se é
Deslizar suavemente os dedos na vida
Como se desliza com delicadeza os dedos
No corpo da amada, quando já se foi a lida
E não deixar escapar, nem por um segundo
O gosto, o gozo que falta no mundo
De apenas se amar, como se é
E nunca como se quis.

Curitiba, 6 de abril de 2009

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